quarta-feira, 16 de junho de 2010

A Barbárie da Era Moderna

Mércia Nakashima - a impunidade ajudou a apagar mais este sorriso!

No início do ano, fiz um balanço das estatísticas da violência contra a mulher no estado do Ceará, números que refletem a situação em todo o Brasil.
Lamentei tantas mortes ocorridas, ao mesmo tempo que torci para que não se repetissem.
Infelizmente, mal terminamos o 1º semestre de 2010 e os dados repetem a triste realidade dos anos anteriores. Diariamente, acompanho casos de mortes e agressões noticiadas pela imprensa, em diferentes níveis sociais.
Como o caso da advogada Mércia Nakashima. Mulher jovem, trabalhadora, independente, de boa família, cuja morte ainda está sendo investigada e o principal suspeito é o companheiro, o advogado e ex-policial Mizael Bispo de Souza.
A principal testemunha do crime, o pescador que viu o carro da advogada ser jogado na represa no mesmo dia em que a mesma desapareceu (23 de maio), teme pela própria vida. É a insegurança demonstrada em diferentes esferas. Mércia, vítima de uma sociedade machista e repressora, e a testemunha que receia ajudar no caso por temer pela própria vida, diante da realidade de corrupção e decadência das instituições públicas.
Essa insegurança atingiu também a comerciante ambulante Rosalina Gonçalves da Silva, executada sumariamente com 11 tiros enquanto vendia refeições na praça principal de Itaitinga – CE. A motivação do crime teria sido porque Rosalina costumava falar das atividades ilícitas de traficantes da região. A Lei do Silêncio imperando e imobilizando a justiça.
Pergunto-me até quando viveremos assim. A desmoralização do Estado e a falência na sua missão educadora e protetora nos coloca diante de um futuro de incertezas. A maioria dos governantes ainda usa dos vícios da má política para elegerem-se e manterem seus cargos, dedicando a maior parte dos investimentos públicos em ações eleitoreiras, e deixando de lado aspectos essenciais, como saúde, educação e segurança.
Viver numa sociedade sem limites e sem regras é voltar a pré-história, onde impera a lei do mais forte. E os mais frágeis são os que mais sofrem: homossexuais, pessoas de baixo poder aquisitivo, deficientes, mulheres e idosos, todos esperando de alguma forma sobreviver nessa selva.
Por isso, é tão importante mudarmos nossa maneira de votar. Hoje, ao contrário de alguns anos atrás, temos vários subsídios que nos possibilitam estudar o passado de um candidato, conhecer sua ficha, suas propostas e verificarmos como estão sendo utilizados os recursos administrador por aqueles que já exerceram ou exercem mandatos eletivos. A Internet é uma grande ferramenta de pesquisa, rápida e eficiente.
Infelizmente, muitas pessoas não pensam na hora de votar. O fazem de forma automática, crentes de que é impossível transformar a realidade. Esse pensamento conformista só nos faz retroceder. Afinal, como diria Martin Luther King, “O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”!

Fiquem com Deus!

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