segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O quadro desigual da Mulher no Poder


Como vocês sabem, fui vereadora em Maracanaú por 3 mandatos consecutivos, sendo que no último exerci também o cargo de Presidente da Câmara Municipal.

Enfrentei todas as dificuldades que uma mulher encontra quando deseja ocupar seu merecido espaço num meio majoritariamente masculino. Além de cumprir as funções de parlamentar e administradora da Casa, ainda era necessário “matar um leão por dia”, como se diz no popular, e esse leão era a figura do machismo a se refletir em atitudes preconceituosas, que coibi com coragem e competência.

Durante minhas pesquisas pela Internet pude confirmar através de estatísticas, aquilo que a realidade já nos mostra todos os dias. Em pleno século 21, ainda existe uma disparidade absurda entre a representatividade de homens e mulheres no poder, o que é um verdadeiro contraste, já que o Brasil possui mais eleitores do sexo FEMININO do que do masculino.

Vou compartilhar com vocês alguns números para que possamos ter noção exata da realidade. Num universo de mais de 127 milhões de eleitores (onde mais da metade são MULHERES), os resultados das eleições em 2008 foram:
  • Dos 5.560 Prefeitos Eleitos no Brasil, apenas 416 são mulheres (representando cerca de 7,5% das vagas).

  • Dos 52.006 Vereadores eleitos no Brasil, apenas 6.508 são mulheres (o que corresponde a somente 12,5% das vagas nas Câmaras Municipais).

Além disso, existem somente três mulheres governadoras (em 26 estados).

Embora sejam números ainda extremamente baixos, a boa notícia é que, em relação a pleitos anteriores, houve um ligeiro aumento na participação da mulher no poder.

Outra boa notícia é que, na região Nordeste, essa participação em termos percentuais é a maior em relação a todas as outras regiões do Brasil.

Mas o ritmo de crescimento ainda é muito pequeno e os partidos políticos possuem uma grande parcela de responsabilidade na tarefa de reverter esse quadro. É preciso abrir espaço para as mulheres, oferecê-las capacitação na política e prepará-las para disputar as eleições em melhores condições.

Esse é o objetivo do Partido da Mulher Brasileira, o qual sou a representante da Comissão Provisória Regional no Ceará.

Nossa Presidente Nacional, SUÊD HAIDAR, e todas as companheiras combativas e corajosas que vem trabalhando diariamente pela legalização no partido no Brasil, através da coleta de assinaturas, conhecem bem essa realidade e lutam para mudar esse panorama na política nacional.

A supremacia masculina no Poder Público não faz sentido diante de tantos avanços que a mulher tem comemorado no mercado de trabalho, nas artes, nos esportes, etc.

A mulher precisa ocupar cargos majoritários, como o de prefeito e governador, porque só assim existirão mais políticas públicas voltadas para as mulheres. Pouquíssimos homens detentores de cargos eletivos públicos demonstram preocupação em beneficiar as cidadãs.

Para isso, nós mulheres precisamos reconhecer nosso potencial, como maioria que somos tanto na população, como no eleitorado brasileiro.

Precisamos refletir essa maioria nas urnas, multiplicando o número de vereadoras, prefeitas, governadoras, deputadas e senadoras eleitas. Só assim teremos um país realmente justo e igualitário, combatendo o preconceito e provando a capacidade que temos de adentrar e firmar nosso espaço em todas as áreas.

Faça parte dessa luta! Conto com você!

Margareth Rose

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